Whisky2000

Este sábado fui convidado para um casamento - por sinal o primeiro em que o convidado fui eu, e não os meus pais.
Esse casamento serviu para confirmar a minha velha teoria: a ditadura em Portugal, é exercida pelos fotógrafos de casamento.
Senão vejamos. Quem é que decide quando é que a noiva entra na igreja, quando é que os noivos trocam as alianças e quando se podem beijar pela primeira vez?
Quem mantém reféns os convidados durante as inevitáveis, e insuportáveis, fotografias da praxe? Quem decide quem entra ou não no albúm e no filme do casamento? (A propósito, haverá pior tortura que VER um filme de casamento? Só se for assistir ao Jornal da TVI até ao fim...)
Quem decide quando as comidas podem entrar na sala do almoço/jantar, quem manda os noivos cortar o bolo de noiva e quem (essa parte não vi, mas depois de tudo já não me surpreenderia) decide quando os noivos entram na cama para consumarem o seu amor? Quem decide quando a noiva pode finalmente simular o orgasmo?

Pois é meus caros, são os fotografos. A situação é tão mais ridícula, quando eles são pagos para fazerem o seu trabalho, mas será que alguém já viu um noivo a fazer frente ao fotografo e dizer:
"BASTA, estou farto de estar especado aqui, ponham-se mas é na alheta que eu vou comer, que estou com uma larica que nem posso! Pombas pá!"
Eu também não. Queixem se da PIDE, mas eu não conheço ninguém a quem tenham batido à porta por ser anti-salazarista. Mas oprimidos pelos fotografos, há muitos!

Fotografados de todo o mundo, uni-vos.

P.S.: Reparem que mesmo se acabasse a indústria dos albúns de casamento, os fotografos teriam emprego garantido num salão de sado-masoquismo.
P.P.S: Com esta história toda, fiquei a pensar se o que falta ao PS não é um bom fotografo...