sexta-feira, julho 04, 2003
Berlusconi...
Estive fora um dia, e perdi logo esse tema que tantas ondas provocou: Berlusconi no Parlamento Europeu. Ah! Que frescura, que lufada de ar fresco, num país em que depois da atípica tinhamos de ouvir falar de Esmoriz nos telejornais...
Bom, deixem-me dar a minha humilide opinião sobre esse tema.
Todos sabemos o que se passou, não é necessário enumerar os factos. Resta a reflexão.
A esquerda europeia não entendeu que numa Europa, idealizado por muitos políticos de esquerda, a democracia pode levar a que políticos desagradáveis (do ponto de vista deles - os canhotos) tomem conta do leme.
Pode não se gostar de Berlusconi, pode se criticá-lo, achá-lo o que bem se entender. É no entanto necessário aceitá-lo como presidente do conselho europeu, se assim calhar. Os italianos votaram nele, por isso ele é o legítimo líder europeu nos seis meses que se seguem. Se as leis que ele fez aprovar em Itália são constitucionais no quadro italiano, resta nos aceitar.
Ora o que se passou no PE foi novamente a demonstração de que a esquerda tem tantos problemas com a democracia. Já se sabia, mas confirmou-se novamente. Obviamente, para os comunistas é difícil brincar à democracia.
Simplesmente Berlusconi não se podia deixar provocar. Apesar de não o deixarem ser ouvido, não obstante as provocções, quem aspira a cargos destes, tem que se saber controlar melhor... Propôr Schulz para papel de Kapo é demais. Eu, como luso-alemão, conheço bem a sensibilidade dos alemães perante esse tema. Não que a entenda muito bem, acho a mesmo ridícula... Mas é preciso ter respeito quanto a isso.
Berlusconi sabia perfeitamente onde estava a atingir Schulz, e de certa forma os alemães. Foi a forma que encontrou de deixar claro: comigo não brincam. Pena foi que o fizesse de forma tão bruta.
E bom, pediu desculpas, como seria de esperar. Schröder declarou o incidente como encerrado. Espero que os eurodeputados o entendam assim, e espero que não se repitam as vaias a Berlusconi.
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